Troca, 2025
Transação: Um shilling original de 1645, cunhado em Newark (Inglaterra) por uma réplica desta moeda. Duas moedas de prata, duas caixas de joias e espelhos, dois contratos e duas estantes de aço.
Contratos: 40.5 x 30.5 (x 2)

Vistas da instalação de “A CRIME, A CONFESSION AND A TRADE” na Nicoletti (Londres, 2025)

Troca é a transação de uma moeda histórica original de 1645, cunhada em Newark durante a Guerra Civil Inglesa, e sua réplica entre o artista e uma colecionadora. À primeira vista, parece um mau negócio para a colecionadora. Trocar um original por sua réplica é algo que só um tolo faria. Se analisarmos a perspectiva do artista, também não é uma jogada inteligente. Embora o artista obtenha a moeda original como resultado da transação – e vale ressaltar que a gênese da obra foi motivada pelo desejo de possuir uma dessas moedas originais, o artista se torna um colecionador – ele, de fato, está perdendo dinheiro se considerarmos que teve que pagar pela produção da réplica e, além disso, não recebe pagamento pelo seu trabalho na produção (conceitual e física) desta obra. O último agente desta transação, que não é necessário, por si só, é a figura do galerista/galeria. A galeria pode facilitar a transação, encontrando um cliente e vendendo esta obra à colecionadora – e não é uma ideia fácil de vender – e em troca não recebe nada além de ajudar a concretizar a obra. Na verdade, eles podem até perder dinheiro se estiverem pagando pelos custos de produção da exibição das moedas e dos contratos.

O que isso mostra é que esta obra é puro dispêndio. Retomando o uso do termo por Georges Bataille, ela desafia as teorias econômicas tradicionais baseadas na produtividade, na utilidade e na acumulação racional. Em vez disso, o que está sendo proposto, ou o motor que move esta “Troca”, é o desejo puro e irracional.

Esta obra pode ser um mau negócio para todos.